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Tropeada resgata a cultura do tropeirismo no interior de São Paulo (Foto: Reprodução TV TEM)

Em alguns casos, o luxo é ainda maior. O empresário Dino Coelho conta que no caminhão da comitiva dele tem até frigobar. “Somos tropeiros modernos. A gente trabalha a semana inteira, mas quando saímos para fazer a cavalgada com os amigos, queremos conforto”, brinca.

Mas não são só os cavaleiros que têm conforto. Os cavalos e mulas também recebem tratamento especial para se manterem firmas no trajeto de mais de 300 quilômetros entre Itararé e Sorocaba. Para isso, têm alimentação especial. “Todos os dias tomam banho. A cada parada de descanso são alimentados com ração e alfafa. Já à noite inteira têm alfafa disponível. Pela manhã, antes do início da cavalgada, recebem mais ração e alfafa e segue a estrada”, explica Dino Coelho.

As paradas são feitas a cada 40 quilômetros. Nelas, novas comitivas se juntam ao grupo que com aproximadamente 150 pessoas e deve chegar a Sorocaba com 500. O coordenador da Tropeada, Oraílson Pereira Tortelli, conta que participam do passeio pessoas que gostam e vivem a cultura tropeira. “O pessoal é neto ou bisneto de tropeiro. Todos vivem essa lida diariamente: o comércio de muares, dos equinos. Todos participam desse mundo do cavalo, do muar. Esse encontro é gratificante para eles e para nós da organização também”, afirma.

Durante os dias de viagem os tropeiros e muladeiros também se divertem. Não falta bom humor para enfrentar os dias na estrada. Nas horas vagas, a forma preferida de passar o tempo é em roda de viola. A canção toma conta dos acampamentos. Estou fazendo a 8ª Tropeada de Itararé a Sorocaba. Tenho meus 81 anos de idade e sempre firme viajando aí”, diz um dos participantes.

Uma das novatas do grupo, a adolescente Bruna Estefani da Mota Mentone, também compartilha do prazer do encontro. Apesar de ser a primeira vez que encara viagem, ela afirma que o passeio era um sonho. A vontade era tão grande que ela trocou a festa de 15 anos para participar da tropeada. “A gente vai em contato com a natureza. Eu gosto muito disso”, afirma.

De acordo com o coordenador Orailson Pereira Tortelli, o objetivo da cavalgada é restaurar a história do tropeirismo no interior de São Paulo. “O trajeto escolhido é exatamente o caminho que os tropeiros percorriam no sudoeste paulista”, explica.

Confira o trajeto dos próximos dias

23/05 - Quinta-Feira

Almoço no Recinto de Festas em Alambari-SP

Pouso no Centro de Tradições Tropeira em Tatuí-SP

(encontro das comitivas da região de Botucatu-SP)

24/05 - Sexta-Feira

Almoço em Boituva-SP (encontro das comitivas da região de Piracicaba-SP)

Pouso na Floresta Nacional de Ipanema em Iperó SP

25/05 - Sábado

Passagem por Araçoiaba da Serra-SP

Chegada da 8ª Tropeada Paulista em Sorocaba, no Largo do Divino.

Cavaleiros viajam desde 6ª feira (17) quando saíram de Itararé, SP. Destino é Sorocaba, SP, com percurso de mais de 300 quilômetros.

Nesta quinta-feira (23/5), os cavaleiros e muladeiros que participam da 8ª Tropeada Paulista de Itararé a Sorocaba (SP) seguem para mais uma cidade da região. Eles deixam Itapetininga (SP), onde permaneceram por dois dias, e cavalgam em direção ao município de Alambari (SP) onde participam de um almoço no Recinto de Festas.

Ainda nesta quinta-feira, o grupo continua a viagem até outro município. Os cavaleiros passaram a noite no Centro de Tradições Tropeira de Tatuí.

O fim da tropeada está prevista para o próximo sábado (25) em Sorocaba, mas antes disso o grupo ainda deve passar por Boituva, Iperó e Araçoiaba da Serra (SP) somando 13 municípios até o fim do percurso.

Cada comitiva que compõe a tropeada é responsável por seu grupo e todas têm um caminhão de apoio. O diretor da comitiva Caminho dos Tropeiros, Valdir Marianna é dono de um desses caminhões. Até chegar aItapetininga, foram cinco dias na estrada de um total de nove dias. Ele conta que com o planejamento feito antes do pegarem a estrada, não tem como passara ‘apuros’ já que no veículo tem de tudo. De cama até cozinha. “A gente vem equipado tanto para a gente quando para os animais. Temos água, ração, feno, ferradura, cravo de ferradura e tudo mais o que precisa. Tem tudo no caminhão”, diz.

Fonte: G1 em Itapetininga em 23/05/13