Zé Ferreiro, que aprendeu a profissão no Exército, se vangloria de ter ferrado cavalos de famosos. Entre eles, os usados por personagens das novelas ‘Roque Santeiro’ e ‘Dona Beja’. “Trabalhei também no Jockei. Mas foi aqui que ganhei meu sustento”, conta ele, que, apesar da redução do trabalho, ferra em média cinco animais por dia.
Para o carroceiro Helio Cordeiro, 54, é preciso ter confiança. “Faço o trabalho com ele há 30 anos. Sei que não vai ferir meu cavalo”, diz. O garçom Rosemberg Álvaro, 31, também só confia os cascos da égua Diana às mãos do Zé. “É o melhor”, diz.
Dilsinho afirma que a demanda é de 10 cavalos por dia. “Nessa região, ainda tem muita gente que faz frete e leva material em carroça. O jogo de ferradura dura menos de um mês e estão sempre voltando”, conta. Um dos fregueses cativos dele é o cavalo Juquinha, que puxa carroça com crianças em um clube rural ali perto.
Veterinária estima mais de 15 mil equinos
A Prefeitura de Duque de Caxias não tem levantamento do número de equinos que há na cidade. Mas a veterinária Renata Briata, da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente, afirma que é possível estimar que, na zona rural de Duque de Caxias, o número de cavalos é maior que o de bois e vacas. “E, segundo levantamento da secretaria, existem cerca de 15 mil cabeças de gado bovinos em Duque de Caxias”, diz Renata.
O número de cavalos próximo à zona urbana assusta moradores e motoristas. “É comum ver com frequência cavalos e burros soltos, próximo a estradas e rodovias”, afirma o estudante Roberto Siqueira, 22 anos.
Ele cobra mais controle sobre os donos de animais para evitar acidentes. “Um carro, quando atropela um cavalo, sofre o mesmo impacto de bater num muro”.
Fonte: O Dia, 29/09/12