Quase todos os agricultores que plantaram milho perderam os cereais. No povoado de Serraria, a 10 quilômetros do município, o agricultor Luiz Antônio reclamou do tamanho da espiga. “Não serve mais para nada, esse milho. No tempo em que ele botou a fruta, e pendoou, pendoou no seco. Nós trabalhamos, lutamos, mas a chuva que deu foi pouca. Então o milho bonecou, mas não se sustentou, não vingou. Ele pequeno só serve para dar às galinhas”, explicou.
Em Caraúba Torta, povoado que fica a 18 quilômetros do centro de Carpina, mais de mil famílias sofrem com a falta de chuva. Lá, a água da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) só chega às casas a cada 15, 20 dias. Uma das moradoras mais antigas do povoado, Maria Barbosa contou que toda a comunidade tem tido muita dificuldade. “Aqui a gente gasta muita água, porque tem bezerro, pra dar água. Tem que botar três, quatro cargas de água. É um botijão cada carga, no jumento”, disse.
“A gente pega o nosso jumento, e quem não tem jumento paga. A época de chover já passou, agora é esperar Jesus mandar a chuva novamente”, comentou. Ela disse ainda que a comunidade precisa, com urgência, de coisas básicas, como um poço. “Um poço grande, pra aumentar a pouca água que tem. Para ter água para todas as casas, porque tem mais de mil famílias aqui. Aqui não passa carro-pipa, aqui o carro-pipa é o jumento”, afirmou.
De acordo com o governo do estado, não há carro-pipa contratado para atender o município de Carpina porque o serviço não foi solicitado. Segundo o coordenador da Operação Pipa, Gentil Gomes, qualquer pessoa pode solicitar esse tipo de abastecimento, nas unidades do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) de sua cidade.