Ao todo serão mais de 40 fazendas e pontos de história, como a travessia do rio São Lourenço, na divisa dos dois estados de Mato Grosso. O caminho todo saiu do próprio bolso. Ainda não houve pantaneiro disposto a ajudar a reconstruir a história. Seo Luiz Otávio prefere não tocar no assunto, mas o sonho vai custar caro e sem patrocínio ele vai desembolsar R$ 45 mil.
 
A trajetória, já dita aqui, começa em novembro. Apesar de ir só, seo Luiz Otávio pode dar um gostinho do que é viver a cavalgar no Pantanal. Com a ajuda da filha, ele promete ir alimentando a página no facebook “Cavalgando pelo Pantanal a rota pioneira”, mostrando que valeu a pena.
 
Um dia chegando e no outro indo embora. No meio tempo, conhecendo as terras pantaneiras no sentido oeste-leste. Registrando mais do que em fotos e textos, na alma, a realidade atual. Imaginando dentro de si, como seria ali num passado de seu trisavô, mas principalmente verificando com os olhos de menino, o presente.
 
Se Almir Sater diz que cada um de nós compõe a sua história e carrega em si o dom de ser capaz e ser feliz, Luiz Otávio está fazendo sua parte. Talvez mais forte e mais feliz, quem sabe.
“Vou falar uma coisa, você que não conhece, mas fique só aqui, o Pantanal é apaixonante. Você larga tudo o que tem no mundo e vem pra Nhecolândia”. Este será um dos vários pôr-do-sol vistos no seio da vida pantaneira,
É que a vontade e o planejamento de fazer tudo dar certo falaram mais alto. Luiz Otávio espera há 35 anos para galopar pela rota pioneira. Ainda tinha o pai vivo quando falava de cavalgar. Segundo ele, deu a hora que deu. Mesmo levando quase quatro décadas para isso acontecer.
 
“Vou falar uma coisa, você que não conhece, mas fique só aqui, o Pantanal é apaixonante. Você larga tudo o que tem no mundo e vem pra Nhecolândia. Me chamam de louco, mas por que? O povo vai a pé para o Caminho de Santiago. A única coisa que eu quero é pegar o meu cabalo e vim de Livramento, como meus ancestrais”.
 
O galopar dos cavalos só começa mesmo é depois da benção que o cavaleiro vai pegar na igreja Matriz de Nossa Senhora do Livramento. É o homem pantaneiro que tira o chapéu para pedir proteção.
 
Luiz Otávio fala com alegria da rota. Veste a camisa do sonho, literalmente. A blusa azul mostra ‘Cavalgando pelo Pantanal – Percorrendo a Rota Pioneira’. E nele há também um misto de ansiedade e de realização nos olhos que parece os de um menino criança que acabou de ganhar um brinquedo muito esperado.
 
“Nestes cinco dias eu vim conversando com os anjos. Encontrei um amigo que aqui me disse que ele entendeu toda a cavalgada. Ele fala que eu disse a ele se conhecer minha dona, fala que eu estou indo ao encontro dela. Mas quem é a sua dona? Ele me perguntou. É a felicidade”.
 
A esta frase ele atribui que este espírito aventureiro é o maior antidepressivo. A viagem nem começou e a alma de Luiz Otávio já reflete o que os olhos viram. É de se imaginar que riqueza de experiência cavalgar só, pelo Pantanal não vai lhe trazer.
No livreto, onde está toda a explicação teórica da cavalgada, ele descreve “Mil vezes tenho me indagado das razões para realizar essa jornada, muitas vezes me surpreendido indagando a mim mesmo para quem a faria”.
Durante 5ª Cavalgada no Pantanal, ele ainda tinha a companhia da aprendiz. A neta Luana, de 7 anos.
O sonho foi todo posto no papel e em formato de projeto mesmo. Com a justificativa histórica e pessoal, os pontos de apoio e abastecimento durante a viagem, o mapa da rota nas duas fases e o projeto piloto, desenvolvido durante a 5ª Cavalgada no Pantanal. Aquela realizada entre os dias 6 e 9 de setembro, na Nhecolândia, que mostraram o dia-a-dia de quem resolveu se aventurar em meio aos pantaneiros.
 
A aventura de Luiz Otávio promete mais. Ele tem a intenção de registrar tudo. Onde for bem-vindo fica. Fotografa, conta, escreve, vive o modo de viver daquele povo. Uma história para mais de uma série de reportagens. Uma história para uma vida toda.
 
Na fase piloto foram cinco dias de estrada, saindo da fazenda Nhuporã, já na Nhecolândia, até a sede do evento, na Baía das Pedras. Dentro desta trajetória, a dificuldade foi encontrar água, o que resultou em dois dias sem banho.
 
A chegada na fazenda foi receptiva. “Em 28 anos, ela nunca me deu um abraço tão apertado como quando eu cheguei”. Ele se referia à filha Renata. A preocupação foi um pouco maior porque o GPS marcou a localização errada de seo Luiz Otávio em todo o trajeto. “Não vai ser fácil, mas coisa fácil não tem graça”, conta já aos risos.
 
“É com coragem e amor que eu estou fazendo isso. Pode durar um ano. Eu posso ficar uma semana, um dia, como três em um lugar”, vai depender do que mandar o coração.
 
A intenção de realizar o piloto era anotar o que fosse preciso mudar. A única coisa que a pré-experiência mostrou é que seo Luiz precisa ter um cargueiro a mais. Um só burro, como o feito até a Baía das Pedras, pode não dar conta de conhecer junto do dono, o Pantanal.
 
“Vim aproveitando a data para testar tudo. Cavalo, equipamento. Era para anotar o que não deu, mas eu não anotei nada”, diz reforçando que tudo estava indo como o esperado.
Preparando a sela como quem prepara as malas para uma viagem de descobertas e redescobertas de um Pantanal vivido pelos ancestrais.
Mais forte e mais feliz quem sabe. Luiz Otávio Barboza Carneiro segue o caminho devagar porque já teve pressa, em busca de si mesmo, por todo um Pantanal. (Fotos: Paula Maciulevicius)
Como um velho boiadeiro levando a boiada, ele vai tocando os dias pela longa estrada. Andando devagar porque já teve pressa e levando consigo só a certeza de que muito pouco sabe.
 
Para conhecer as manhas e as manhãs, ele, dois cavalos pantaneiros, dois burros e o sonho de encontrar o Pantanal e se encontrar nele vão percorrer a rota pioneira em uma cavalgada pelo Pantanal.
 
Um dos personagens que o Lado B teve a felicidade de encontrar na 5ª Cavalgada no Pantanal é o protagonista desta história. Em novembro ele passa a reviver o papel do pantaneiro já vivido e percorrido pelos seus ancestrais. Trineto de Nheco, que dá o nome à Nhecolândia, Luiz Otávio Barboza Carneiro, vai realizar o sonho de menino, aos 58 anos, de galopar por onde passaram os cavalos de seus bisa e trisavós. Sozinho, revivendo o Pantanal e descobrindo o que a interferência do tempo transformou.
 
“Depois que criei os filhos, eu passei muitos anos querendo fazer isso. Hoje, não tenho compromisso, eles estão tudo criado. Vou fazer meu sonho que é só de andar a cavalo”. Médico veterinário por formação e leiloeiro rural durante boa parte da vida, o amadurecimento e a aposentadoria lhe dão o fôlego para galopar.
 
A partida tem data. Dia 12 de novembro, mas a volta não. A cavalgada será dividida em duas partes, saindo da cidade Nossa Senhora do Livramento, no Pantanal mato-grossense até a Fazenda Firme, na Nhecolândia. Aí serão 45 dias, em média, para uma cavalgada estimada em 900 quilômetros.
 
O segundo trecho é saindo da Fazenda Firme até o Leilão Corixão. Restante que o ‘seo’ Luiz Otávio diz não poder contabilizar por conta dos desvios. É um dos motivos dele estar indo todo aparelhado com GPS que pode dar à família a localização exata e transcrever em números a experiência que a vida pantaneira lhe trouxer.
 
Quando ele falou da ideia, a família, claro, impôs restrições. Principalmente para os cuidados com a saúde. “Não tinha como falar não vai. Então tá. Mas vai se comunicando com a gente”, conta a filha Renata Carneiro, 28 anos.
Postado em: 19 set 2012
Texto Paula Maciulevicius
Fonte: Campo Grande News
No lombo do cavalo, pantaneiro percorrerá 40 fazendas em aventura solitária
InícioA EstânciaPlantelEventosNotíciasPublicaçõesVídeosArtigosGaleria de FotosVarandaLinksContato 
Notícias
1º Encontro Nacional de Tropeirismo se aproxima
10ª Tropeada Itararé à Sorocaba parte dia 20 de maio
Revista Muladeiros será lançada em Iporá Goias
Cavalgada realizada em AL faz homenagem a Zumbi do Palmares
Municípios reivindicam transporte ferroviário entre Prudente e Epitácio
Peregrinos cavaleiros partem de Bragança rumo a Santiago de Compostela 
Em Piratini (RS), uma inédita cavalgada só de mulheres 
8ª Edição da Tropeada Paulista segue para Alambari e chega a Sorocaba no Sabado 
Austrália começa a sacrificar milhares de cavalos selvagens
Paula Fernandes apoia ong que trabalha com a equoterapia
Uma saída para o sofrimento dos cavalos
Doença incurável deixa criadores de cavalos em alerta
Cavalo junqueira chegou a fazer parte das tropas imperiais de Dom Pedro I
Crianças mantêm tradição sertaneja e dominam cavalos em Ribeirão Preto
Cavaleiros tomam ruas e avenidas de Ribeirão Preto em abertura de rodeio 
9º Cavalgada do Divino Espírito Santo em Joanópolis 
Polícia Civil e Ufra oferecem tratamento a animais de tração 
Projeto em Extrema, MG, reconhece e paga por serviços ambientais
Abate de cavalos aumenta de forma exponencial em Portugal
Beija-Flor desfila no ritmo do cavalo mangalarga marchador
Paixão por cavalos faz a cabeça das meninas no interior de São Paulo
Câmara aprova declaração de manga-larga marchador como raça nacional
Exercícios com cavalos trazem melhoras para quem sofre de estresse, depressão e insônia 
CAVALGADA DO “PROGRAMA ESCOLA DA FAMÍLIA”
Grupo que pesquisa a resistência de cavalos crioulos chega a Itararé, SP
Cavalos de carroceiros em Ribeirão Preto recebem identificação por chip
Museu Nacional do Mangalarga Machador é inaugurado em Minas
Aldo Rebelo vai comandar cavalgada em Alagoas no domingo
Cenário de cavalgada, Patagônia encanta pelas belas paisagens
Cavalgada pela Patagônia
Certificação ajuda a impulsionar a produção de cachaça de Paraty, RJ
Nasce em SP o primeiro clone equino do Brasil
Cavalgada para Nossa Senhora Aparecida reúne 350 devotos em Campo Grande
Moradores de Carpina, PE, utilizam jumentos para substituir carros-pipa
Paixão por cavalos
Tradição dos ferradores de cavalo sobrevive
SP: grupo faz passeio com cavalos até a avenida Paulista 
No lombo do cavalo, pantaneiro percorrerá 40 fazendas em aventura solitária
Queijarias têm desafio de manter produção artesanal dentro das regras
Saiba como evitar a transmissão da anemia infecciosa equina
DONA MERCEDES EGEA COMPLETA 88 ANOS
Fotos da comitiva  na  abertura da XXXVI  Faive em Presidente Venceslau
Carro de Boi na cavalgada da abertura da XXXVI  Faive de  Presidente Venceslau 
Curso de Rédeas
Muladeiros do Pontal realizaram o 2º Passeio em Presidente Venceslau
Jornada oferece introdução para a equoterapia
A MARCHA EUROPEIA DOS COSSACOS DO DON 
Cavalos tratores
8ª Cavalgada da Amizade
Estância da Matinha
Rodovia Integração (SP 563) Km 80 +500
Bairro Córrego do Veado - Presidente Venceslau - SP
Fone: (18) 3271-3077
alvaro@estanciadamatinha.com.br
Todos os direitos reservados por Estância da Matinha
Leia mais...