Índios kadiwéu querem resgatar a pureza genética do cavalo pantaneiro, animal característico desse povo. Lideranças da etnia fizeram um pedido formal de auxílio para o Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e a Embrapa Pantanal neste fim de semana para a retomada da criação do cavalo pantaneiro.
De acordo com o técnico de Enfermagem Hilário Silva, uma das lideranças kadiwéu, o cavalo pantaneiro está entre os principais símbolos de seu povo e também do sul-mato-grossense.
A destreza com os cavalos, explica, ajudou o País durante a guerra do Paraguai os fez conhecidos como “índios cavaleiros”. A participação dos indígenas como defensores do território nacional é destaque no Parque das Nações Indígenas, onde uma estátua lembra o estilo de montagem dos guerreiros para surpreender o inimigo.
Resistência - A história aponta que os kadiwéu foram os primeiros indígenas sul-americanos a domar e dominar os cavalos por volta do século XVII e, a partir daí, passaram a dominar um elevado rebanho eqüino.
Segundo Hilário, os animais têm extrema resistência ao trabalho, mas no decorrer dos anos perderam a pureza genética, que agora é buscada na parceria com o Mapa e Embrapa.
Hoje, além do trabalho de transporte, manejo de gado e caça, o cavalo é usado em corridas. A Embrapa já desenvolve pesquisa sobre características e adaptabilidade dos cavalos pantaneiros.
Segundo a assessoria de imprensa da Embrapa, os indígenas querem diversificar a produção e desenvolver outras criações, além da pecuária. As criações seriam uma alternativa para a sustentabilidade, hoje centrada, também no arrendamento de terras.
Os kadiwéu vivem na Serra da Bodoquena, em Porto Murtinho, em uma área de 538 mil hectares.
Além da Embrapa, a Funai (Fundação Nacional do Índio), do Iagro (Agência Estadual de Inspeção Sanitária Animal e Vegetal) também devem contribuir para auxiliar na reintrodução do cavalo pantaneiro na comunidade.
Veja matéria que saiu na Revista Globo Rural do mês de Julho de 2008 clicando aqui
Fonte: Campo Grande News