Córrego do Veado: a água que não pode secar
Basílio Lopes Munhoz
Nada mais oportuno neste Dia Mundial da Água que façamos uma reflexão sobre a necessidade da preservação das minas, nascentes, córregos, riachos e rios de nosso município. Sabemos que os córregos da fortuna, mangueira, saltinho e tantos outros estão poluídos.
O esgoto residencial, industrial, do setor de serviços e comercial da cidade é todo despejado em nossos sofridos rios. A cidade vem pagando pesadas multas por conta da inexistência de um sistema de tratamento de esgoto. No final de 2006 o projeto para regularização do sistema de esgoto foi rejeitado pela maioria dos vereadores. Presidente Venceslau continua sem uma legislação para tratamento do esgoto.
A mídia tem veiculado repetidas notícias sobre os efeitos catastróficos das mudanças climáticas para o futuro da humanidade.
O mesmo ser humano que foi capaz de construir o atual modelo de sociedade, altamente destruidor dos recursos naturais, deve ter capacidade para rever sua conduta e ter uma atitude pró-ativa em benefício da recuperação do meio ambiente e da preservação da vida humana no planeta .
Já houve época que chegou a faltar água potável nas torneiras de Presidente Venceslau.
Atualmente cerca de 40% da água potável servida nas torneiras da cidade vem do córrego do veado. Esta é a única nascente não poluída do município.
Na cabeceira do córrego do veado há aproximadamente 49 propriedades rurais. Encontra-se em pleno desenvolvimento a microbacia do córrego do veado com incentivos aos produtores rurais para conservar o solo, restabelecer as matas ciliares, preservar as nascentes de água e aumentar a produção de água potável, viabilizando o precioso alimento para as gerações futuras.
Aproximadamente 5 mil mudas de árvores nativas já foram plantadas nas margens do córrego do veado. Há muito por fazer. Mas estamos certos de que é de vital importância para o município manter e revitalizar a única fonte de água potável de Presidente Venceslau, impedindo de todas as formas que o córrego do veado venha a secar, como já aconteceu com tantos outros.
Basílio Lopes Munhoz é professor, produtor rural e presidente da Associação dos Produtores Rurais da Microbacia do Córrego do Veado de Presidente Venceslau
Fonte: Jornal Integração, Pag. 02 / 22 de março de 2007